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Quanto "pesa" a saudade?

A saudade tem o peso de um fio a trespassar paredes, atravessar ruas, subir elevadores, entrar pela cozinha, contornar o sofá da sala e, por fim, ligar quem, nesta quarentena, vive na outra ponta. E, se continuarem a ler, irão perceber também que há muitos fios, entrelaçados, com diferentes texturas e tamanhos, ligando todos e tudo o que mais amamos.


Estes dias, trancados em casa, de tudo se faz para esquecer que em casa se está trancado. Viajar nos livros, brincar ao faz-de-conta, conversar nos chats ou espreitar à janela. E rir também, é verdade, mas, aqui e acolá, uma tristeza infiltra-se pela fresta da porta, lembrando os beijinhos dos avós, as gargalhadas dos amigos, os passeios de bicicleta e até os "ralhetes" dos professores… Quem diria!

Nesta altura da quarentena, toda a gente sabe que é a SAUDADE a crescer como uma trepadeira dentro do peito.

Mas por maior que seja a saudade, não é possível pesá-la. Não dá para desacorrentá-la do corpo, enrolá-la num novelo e colocá-la na balança.




Para quem a sente agora como um passo arrastado, que pesa em todos os lugares da casa e do corpo, poderá talvez identificar-se com este curto excerto da Menina do Mar:

_Na terra há tristeza dentro das coisas bonitas. _Isso é por causa da saudade, disse o rapaz. _Mas o que é saudade? -, perguntou a Menina do Mar. _A saudade é a tristeza que fica em nós quando as coisas de que gostamos se vão embora. Sophia de Mello Breyner Andresen, A Menina do Mar 



PORQUE JÁ TENHO MUITAS SAUDADES VOSSAS...MESMO DISTANTES, SINTO-VOS BEM PERTO...DENTRO DO MEU CORAÇÃO!


 
 
 

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